Autor : CUT RO | Fonte : CUT RO
O mês de novembro começa com duas importantes datas históricas para o povo negro. O primeiro, no dia 18, quando acontece a 1º Marcha das Mulheres Negras, na capital federal. No dia 20, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra, data que lembra a luta do líder Zumbi de Palmares pela liberdade e direitos dos(as) negros(as.
O Mês da Consciência Negra representa a luta e resistência do povo negro que traz à tona o debate sobre racismo e o acirramento da intolerância. Por mais de três séculos, o País explorou aproximadamente quatro milhões de africanos que foram trazidos para exercer o trabalho escravo.
A Marcha das Mulheres Negras, que acontecerá na véspera das celebrações do dia 20, denunciará o racismo, a violência, o sexismo e o avanço das forças conservadoras que ameaçam a democracia.
A realização da 1º Marcha é uma estratégia das mulheres negras que buscam visibilizar suas lutas, além de denunciar todas as formas de violências provocadas pelo racismo.
A marcha vai reivindicar também o fim do genocídio da juventude negra, o fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões contra as mulheres negras.
No Brasil, a juventude negra permanece sendo assassinada, principalmente nas periferias. Dados divulgados no relatório Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência Racial 2014 mostram que a população negra entre 12 e 29 anos é a principal vítima de violência.
Para a secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Julia Nogueira, essas mobilizações são importantes porque acontecem num momento de acirramento da intolerância no país.
“A gente vê o recrudescimento do racismo no país em pleno século XXI”, diz a dirigente, que lembrou ainda os casos de racismo envolvendo a jornalista Maria Júlia Coutinho e a atriz Thaís Araújo.