domingo, novembro 24, 2024
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Com canto de sereia governo tenta melar uso de PPP para tirar Caerd da jogada

FILOSOFANDO

Um homem desejoso de trabalhar, e que não consegue encontrar trabalho, talvez seja o espetáculo mais triste que a desigualdade ostenta no pico da terra.” THOMAS CARLYLE(1795/1881), foi escritor, historiado e ensaísta escocês.

 

RICAÇO

O novo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) faz parte do pequeno e seleto grupo dos ricaços do nordeste. Ele é proprietário rural e empresário com negócios em várias áreas, como vigilância, venda de veículos, assessoria em gestão, construção civil e táxi aéreo, além de deter concessão de radiodifusão.

 

MARIANA

Está de parabéns a deputada Mariana Carvalho, do PSDB rondoniense, eleita ontem para 2ª Secretaria na composição da mesa diretora da Câmara dos Deputados. Demonstrou capacidade de articulação e maturidade política.

 

INGENUIDADE

Os deputados estaduais “premiados” com a viagem a Cascavel – em pleno recesso parlamentar – para visitar uma feira ligada ao setor rural, levando assessores à tiracolo, tudo custeado pelo dinheiro do contribuinte certamente pensam que o povo – e até os auditores e procuradores de Justiça – é ingênuo para acreditar que esse turismo disfarçado tem justificativas reais.

Ora, os tais deputados sequer fazem parta da Comissão de Agricultura do parlamento. Esses “representantes do povo” devem acreditar que a impunidade vai durar para sempre. Parece até que não estão vendo quantos políticos estão indo para a cadeia nesse Brasil por achar que o dinheiro público pode ser utilizado assim, no vai da valsa.

 

SERVIDORES NA MIRA

O governador de Rondônia não apareceu na sessão de posse da nova mesa diretora para esse biênio legislativo, iniciado no dia 1º. Ele foi representado pelo vice, Daniel Pereira (PSB), autor de um discurso meramente protocolar, onde aproveitou para fazer uma pequena homenagem a Lúcia Tereza, a deputada recentemente falecida.

O governador, garantiu fonte da coluna, vai aparecer no parlamento na sessão de abertura do ano parlamentar. Naquele momento poderá destacar (no pronunciamento de prax) a proposta de cunho fiscal, econômico, regulatório, social e político, colocando na mira – como suspeitam lideranças sindicalistas – os servidores públicos do estado.

 

MAIS DESCONTOS

O governo vangloria-se da situação econômica rondoniense, considerando-a muito melhor se comparada ao cenário de penúria de outros estados do país. Mas nem por isso deixará de buscar aprovação parlamentar para seu pacote de redução dos gastos públicos, notadamente os relativos ao Iperon. No pacote, como se sabe, está o aumento da alíquota de desconto no contracheque.

A reforma é fundamental para que o estado rondoniense consiga suspender sua dívida com a União e também para continuar recebendo recursos federais. No pacote de reformas há supostos interesses de congelar o salário dos servidores, isso sem falar do aumento da contribuição previdenciária.

 

APROVAÇÃO

Embora o peemedebista Confúcio Moura mantenha todas as características de um governo medíocre ele não teve até agora nenhuma dificuldade em aprovar seus projetos no parlamento que, historicamente, segue a linha de “puxadinho auxiliar” do governo, sempre submisso aos interesses do Executivo. Assim, as chances de Confúcio avançar na sua agenda do teto dos gastos públicos – seguindo a exigência do governo federal – são bastante promissoras.

 

TIRO NO PÉ

A proposta de congelamento de salários e corte de benefícios dos servidores públicos que deverão constar do pacote a ser levado por Confúcio à apreciação dos deputados no retorno dos trabalhos do Legislativo pode representar um tiro no pé para um governo que aspira ganhar em 2018 uma cadeira no senado.

Confúcio tem suficiente experiência político-eleitoral para saber que se chegar na hora da disputa com ibope ainda mais baixo do que hoje dificilmente vai conseguir encantar o número de eleitores necessários para ir ao Senado.

 

FERRENHA

Nesse momento os deputados estaduais em sua ampla maioria agem de forma dócil com as demandas do governo Confúcio. Essa postura pode sofrer modificações quando o tal pacote começar a tramitar pelo simples fato de que ele certamente vai sofrer uma ferrenha oposição do movimento sindical que representa os servidores públicos.

Os deputados também irão enfrentar as urnas de 2018 e não irão confrontar as forças sindicais sem sopesar os reflexos disso nas urnas do futuro próximo. Então mesmo fazendo juras a Confúcio vão, é claro, aceitar ajustes e até derrubar algumas medidas que deverão constar do “pacote confuciano”.

 

ANGU DE CAROÇO

Não se sabe até que ponto as tentativas do governo rondoniense de desestimular o prefeito Hildon Chaves levar avante a iniciativa de tornar fato a PPP para a implantação de 100% de água tratada e de rede coleta de esgotos na capital rondoniense terá resultado.

O prefeito portovelhense está consciente de que a proposta de realizar esse esforço para dotar a capital do saneamento básico com o concurso da Parceria Público-Privada, com custo praticamente zero para os cofres públicos, foi o carro chefe de sua vitoriosa campanha.

 

CANTO DA SEREIA

Difícil acreditar que Hildon Chaves vai se deixar levar pelo canto da sereia entoado pelo governo, mostrando um cenário de recuperação de recursos federais prometidos ainda no tempo em que o país estava dominado pelo petismo e, concomitantemente, um compromisso de que realizaria essa obra antes de terminar seu tempo no executivo estadual.

 

PRIVATIZAÇÃO

Confúcio não demonstra ser digno de crédito. Em quase dois mandatos à frente da administração do Estado não tem nenhuma obra impactante feita. É um governo incapaz até mesmo de terminar obras de reformas, como acontece com o Ginásio Claudio Coutinho, na Capital.

É claro que Confúcio tem de fazer tudo para não perder a concessão dada pelo município à Caerd para cuidar do saneamento básico, especialmente agora que se comprometeu com o governo federal a privatizar essa estatal que vive situação falimentar há muitos anos. Se perder essa concessão, a Caerd terá seu valor praticamente reduzido a zero.

Fonte: Gessi Taborda

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