O Sindur, através do Dirigente Sindical, Gilson Queiroz, esteve presente participando do Seminário sobre o Trabalhador Terceirizado promovido pela FNU e a CNU, realizado nos dia 06 e 07 de abril, em Brasília. Esse tema está na pauta do dia, mesmo porque na semana passada o presidente ilegítimo Michel Temer promulgou a Lei que permite a terceirização de forma irrestrita. Durante as atividades os participantes puderam falar também da realidade dos seus sindicatos e de suas bases.
O Presidente da FNU, Pedro Blois, ressaltou que o momento exige uma dedicação exclusiva de todos. “ A conjuntura tem se mostrado preocupante, o governo golpista e sua base no congresso atuam para retirar direitos sistematicamente. Portanto, devemos deixar de lado qualquer divergência e nos unir , pois se não fizermos nada será tarde demais, por isso, a importância desse seminário sobre os trabalhadores terceirizados”, afirmou ele.
O Secretário de Relações do Trabalho da CNU, Elvio Vargas, agradeceu a presença de todos e de todas e reafirmou a importância deste seminário. “ Com a assinatura da Lei da terceirização não temos para onde correr,precisamos aprender como representar da melhor estes trabalhadores, no intuito de garantir os seus direitos. Portanto, estes dois dias de debate serão fundamentais”, alertou ele.
O primeiro participante do dia foi Samuel Monteiro, Técnico do DIEESE na Subseção do STIUDF, que fez uma ampla apresentação, onde abordou os primórdios da luta dos trabalhadores, da sua organização como classe. Ele destacou que o momento atual é delicado, e somente com muita organização será possível enfrentar os desafios que são muitos, especialmente agora com a sanção da lei que permite a terceirização indiscriminada. “Todos os estudos apontam para uma perda grande nos salários dos trabalhadores terceirizados comparados com o do quadro próprio, sem falar no número de acidentes de trabalho que vão se intensificar. É preciso destacar também que as trabalhadoras serão as mais penalizadas, pois os dados mostram que elas recebem 29,5% menos no trabalho que os homens nas funções terceirizadas”, disse.
A terceirização e as reforma da previdência e trabalhista foram os temas da segunda palestrante da tarde, a Secretária de Relações do Trabalho da CUT Nacional, Maria das Graças Costa. Ela afirmou que a reforma da previdência é perversa, pois dá calote nos trabalhadores, ao deixar de pagar pensões e benefícios às pessoas que contribuíram por anos e não poderão desfrutar destes recursos. Com relação à terceirização Graça lembrou que são 12 milhões de trabalhadores terceirizados, e o movimento sindical cutista tem que acordar para romper um preconceito que sempre houve com estes companheiros e companheiras, que precisam ser representados. “Segundo estudos de cada cinco mortes no trabalho, quatro são de trabalhadores terceirizados. E esse número vai subir caso a lei realmente seja aplicada da forma como esta no texto”, disse ela.
Ainda sobre a Lei da terceirização a Secretária de Relações de Trabalho afirmou que a CUT realizará a coleta de dois milhões de assinaturas pedindo a sua revogação imediata. Portanto, será fundamental a participação de todos nessa mobilização.
Para Graça Costa, outro ponto ainda pouco tem se falado pelo movimento sindical, e que é altamente prejudicial aos trabalhadores é o chamado trabalho intermitente, uma precarização sem limites da mão de obra, com o pagamento por hora trabalhada, sem qualquer tipo de contrato de trabalho formal.
Na sexta-feira, dia 07, o seminário continuou na parte da manhã com a participação de advogados especialistas sobre trabalhadores terceirizados, e de sindicalistas do ramo urbanitário que tem uma grande experiência neste tipo de representação em suas bases, e que irão dar o seu depoimento, falando de suas experiências, que podem servir e ajudar as lutas que serão muitas, principalmente com a regulamentação ampla e irrestrita da terceirização.
Fonte: FNU